quarta-feira, 15 de outubro de 2008

QUANDO TUDO COMEÇOU

Granja, pelo menos em termos indígenas, consta como sendo uma das mais antigas povoações da capitania. Não se sabe, a rigor quando terão ocorrido os primeiros indícios de povoamento, porém, à de referência insuspeitáveis acredita-se tenham sido do século XVI, considerando para tanto o que se dizia com relação ao Rio da Cruz do Camocim. Portanto, em verdade, Camocim nunca possuiu rio algum, mas apenas a foz do rio Coreaú, que era escrito(curyhau), obviamente descaracterizada do gênero, tanto pela influência marítima quanto pelos manguezais. O curso propriamente fluvial, na verdadeira ascenção do tempo, distingue-se já nos arredores do arraial, em terreno lacustre e provido de água potável. Terá portanto, sido nesse encontro fisiográfico que os primitivos tenham colocado o símbolo da conquista, erguendo uma cruz solitária e deixando o domínio Luso.

Conforme ficou dito em outra parte, quando em 1.700 o Padre Ascenço Gago, transpôs para a Ibiapaba os índios serranos, deixou na Tabainha os nativos os nativos sertanejos, dentre estes os Tremenbès e Tapuias, reduzidos à disciplina Tabajara. Disciplina esta que tiraram dos nativos a sua verdadeira cultura e o modo de vida deles, forçando-os à uma vida de escravidão, vida está que eles não estavam acostumados. Entretanto era novo, para os nativos, pois estavam acostumados a serem livres.

Em 1.706, ocorrendo a necessidade de remanejar esses silvícolas, para outro lugar, esses religiosos transferiram os aldeados da Tabainha para o Arraial da Cruz, ou de alguns sesmeiros portugueses já haviam montado seus estabelecimentos.

A presença do homem branco civilizado em terras da “Ribeira do Coreaú” representa e remonta sem dúvida, as primeiras tentativas de exploração e colonzação de Granja.

É muito vago, entretanto, o registro histórico, sem oferecer elementos incontroversos quanto a data da primeira embarcação a chegar no “Porto de Camocim” ( que não é o lugar, onde mais tarde, foi identificada a progressista cidade do mesmo nome).É que, diz a história os reis de Portugal puniam com pena de morte qualquer violação as suas descobertas.

Contudo isso, diante da inexistência de qualquer apontamento válido, merecem ser atualizado para outrossim a interpretação dos que se interessarem pelos fatos de nossa humilde protohistória, como sendo um documento cartográfico da América. O de Juan De La Cosa, feito em 1500, ano este do descobrimento do Brasil, e no qual está assinalado o rio dos arboledos. Que é o nosso Coreaú: portanto, infere-se, foi então que o rio Coreaú ou Camocim se tornou conhecido e bem visitado, desde os principais navegadores, apenas quanto a sua nomenclatura, alterada de “Rio dos Arboledos”, para “Rio dos Três Braços”, ou então “ Rio da Cruz” até o registro final de “Rio Coreaú” que perdura até os dias de hoje.

Tomás Pompeu Sobrinho, em magnífica monografia de nossa protohistória informa ter ele próximo visitado para além da cidade de Granja, ruínas de construção antigas de pedra e cal.A informação , entretanto, é imprecisa do local exato sobre a observação do protohistoriador. Não se sabe ao Sul ou ao Norte, ou as margens do Rio Coareaú.

A região sofreu, a seguir, os efeitos da dominação holandesa até 1649, sendo prova incontestável, conforme com o registro do Barão de Studart. A existência de um presídio construído pelos flamengos num sítio Macaboqueira, a margem do rio no local que fica entre o jardim Professor Garcez e o bueiro da estrada de ferro, cujos alicerces de pedra e cal foram sendo desmontados para outros serviços, por inescrupulosos fornecedores de material de construção. A antiga tradição oral é que, ali fora construída uma cadeia que ruiu como castigo pelo seu levantamento bem em frente a Igreja Matriz de São José. Uma mera lenda da imaginação popular, por quanto, a criação da freguesia de Curyhau, é de 30 de agosto de 1757, e que , por falta de capela, o lugar de Macaboqueira, esclarece o registro eclesiástico provisoriamente, ficou sendo a de Santo Antônio do olho d’água, na antiga freguesia do Coreaú, hoje Granja, até ser construída a Matriz no Sítio Macaboqueira, no local onde se encontra, atualmente edificada a Igreja Matriz de nosso padroeiro São José.

A “Ribeira do Coreaú” segundo os historiadores, fora habitada pelos índios, Tabajara, Tapuia, Tremenbés, Coansuns, definidas inapelavelmente com a chegada do homem branco.Melhor atestado para variedade desse informe são os topônimos de origem indígenas, dados a muitos lugares de nosso município, que são chamados assim: Aguapei – Aiuá – Aracós – Aratain – Boaçu – Bracotiara – Comuriatã – Cavianã – Coau – Coité- Coreaú – Culuminquara – Curufuba – Gerimataia – Iapara – Ibuaçu – Iperoi – Itacolomy – Jabuti- Iaburu – Jaburuna- Jacu – Jacurutu- Jaguarassui – Jaguarapi- Jaguarapuaba- Jatubá – Tuba – Jurema – Macavoqueira – Muricituba- Murujubá- Nhandubá- Oitis- Pauacai – Petimbu- Piriquara- Pucu- Sairi- Sambaíba- Sambaitiba- Sumunga – Taciboca- Tapuio- Tapuiú- Taraco- Tiaia – Timbabussu- Timonha-Ubatuba-Uma de dezenas de muitos outros nomes.(Ribeira do Coreaú – Santa Cruz do Coreaú – Macaboqueira – São José da Macaboqueira)

Esses foram os nomes denominados a antiga povoação , só então quando foi elevada à categoria de vila com o nome de Granja, em 27 de junho de 1776. Entretanto, há uma divergência quanto à precisa data desse evento que para Teixeira de Melo foi a 26 de junho, quando Tomás Pompeu alude à 27 de junho e João Brígido à 27 de julho de 1776.

O permanente intercâmbio com o mundo civilizado, através de veleiros e continuamente, arribava à Ribeira, na comercialização e permuta dos produtos locais pelos trazidos pela longínqua metrópole, aqui, ficaram em todas as viagens, novas colônias sedentas da riqueza fácil. E a antiga Macaboqueira foi crescendo com esse tipo de comércio que era feito pelos navegadores, com o intuito de levar vantagens e de progredir em novas terras, pois eram terras de melhor qualidade para a criação de gado, porém nossas terras eram cobiçadas por esses tais viajantes, disfarçados de comerciantes.

Tudo parecia bem, com a missão do Padre Ascenço Gago, entretanto, em princípio de 1700, haviam rumores da presença de colônias baianas, na região, vindos da casa da torre. Tendo como a chefia de Garcia D’Ávila, dentre os quais não nos tinham qualquer respeito as terras e aldeias que eram dos índios e tentaram apoderar-se escravizando seus habitantes.

Então os padre da missão da Tabainha, diante de tais rumores resolveram retornar para a Serra de Ibiapaba, e os índios que estavam morando na Tabainha, entenderam que na Serra as colônias baianas não as molestariam.

Com a volta dos nativos para a Serra da Ibiapaba, aos 15 de agosto de 1700, foi a definição exclusivamente definitiva para a fundação da aldeia da Ibiapaba, atual cidade de Viçosa do Ceará.Segundo o historiador nessa povoação indígena ficaram os aldeados os Tabajaras, de D. Jacob de Sousa, D. Salvador Saraiva e D. Simão de Vasconcelos, que é o mesmo D. Simão Taminhobá, além de levar os Tapuias das tribos Acoançu, Arariú e Auacé.

Em 1704, D. Simão de Vasconcelos, um dos fundadores da Aldeia da Missão da Ibiapaba, retornou a Serra Tabainha com toda a sua gente, aos quatro de setembro de 1706, recebeu uma carta da sesmaria onde dava-lhe a posse de parte daquela serra, a partir de então a Serra passou a ser chamada Serra de D. Simão, denominando-a em vigor.

A partir daí ficou reativada e teve uma duração por mais de duas décadas o aldeamento indígena naquela serra, daí em diante chamou-se Missão da Serra de D. Simão.

Na participação da catequese dos índios Acoançus, que teve início pelo padre jesuíta Manuel Pedroso, amigo e companheiro do Padre Ascenço Gago, tendo parte desses nativos sido aldeados na Missão de Ibiapaba, no ano de 1700, entretanto. A maioria dessa tribo permaneceu na Serra da Ubatuba, local de origem dos coançus.

No ano de 1712 segundo o historiador, teve inicio levantamento geral de diversos cabildes Tapuias da região Norte do Ceará e nesse mesmo ano o Governador de Pernambuco (4) enviou para perto dos Acoançus o padre secular Antônio de Sousa Leal, a fim de pacificá-los definitivamente e catequisá-los. Na mesma ocasião e com a mesma finalidade foi mandado o padre José Teixeira de Miranda para junto dos Arariús da Serra da Meruoca. Dentro do nosso município o padre Leal estabeleceu-se no Sítio Ibuassu de propriedade do colono português Pedro da Rocha Franco, onde no mesmo sítio foi construído uma capela de taipa de Santo Antônio do Ibuaçu, próximo à aldeia dos Açoansus. Junto a este mesmo oratório aquele religioso realizou a catequese desses nativos, entretanto, era a missão do padre e esta missão tinha que dar os melhores resultados, porque naturalmente o padre teria um tempo determinado na catequese e pacificação dos nativos .

Quanto a data certa da construção dessa primitiva capela do Ibuaçu,feita de taipa, sabe-se que pelos assentamentos deixados pelo padre Leal referentes registros de batizados e casamentos ministrados nos anos de 1714 a 1718, concluí que esse oratório foi construído em 1714.São as descobertas do pesquisador, porém muitos documentos foram extraviados e desgastados pelo tempo, por falta de uma boa conservação.

Portanto a colonização teve grande repercussão com o limiar do século XVIII, começaram a chegar ao território que compreende o atual município de Granja e adjacências os primeiros colonizadores brancos, tendo essa região acolhido duas correntes diferentes de seu povoamento. Entretanto no primeiro grupo estão os já citados comerciantes aventureiros portugueses baianos, ligados as atividades marítimas e comércio com os nativos. De forma que, de um modo geral a presença desses forasteiros na região fosse de um caráter transitório na intenção de outro objetivos, o lucro fácil, sem a mínima capacidade de caráter colonizador, contudo, alguns fugiram plenamente a esta regra e radicaram-se na Ribeira do Coreaú.

Por conseguinte a segunda corrente dos colonizadores, se instalaram no baixo Coreaú, a maior e mais importante do que aqui já foi citado anteriormente, foi a dos sesmeiros portugueses e donatários de concessões de terras dadas pelo próprio governo lusitano, as quais se chamavam datas ou sesmarias. Entretanto, esses colonos moravam com suas próprias famílias que os acompanhavam.

A princípio nas próprias sesmarias, nas quais instalaram suas fazendas de gado, mais posteriormente alguns passaram a morar no povoado que nasceria a margem do Rio Coreaú.

2 – Inicio da Colonização da Santa Cruz do Coreaú, depois Macavoqueira

No inicio do século XVIII a margem esquerda do rio Coreaú, naquele tempo um homem de nome Vicente Ribeiro, de pele branca casou-se com a filha do donatário D. Jacob de Sousa, e dele recebeu como dote esta sesmaria. Depois de fazer a doação da terra ao genro, o chefe Tabajara partiu para sua aldeia, onde ficava situado a Serra da Ibiapaba.

De forma que estas doações ao colono Vicente Ribeiro feito pelo índio Jacob de Sousa é justamente o urbano da cidade da antiga Granja, e redondezas, as evidências está em uma carta de sesmaria concediam um pouco mais tarde a o povoador Domingos Machado Freire a qual contestavam com a doação. Aqui vai a seguir uma parte desta carta reproduzida pelo historiador do livro “ Origem e Evolução História de Granja”.

“ ... Diz o capitão Domingos Machado Freire, morador curuiyu termo dessa capitania que o deff°. Vicente Ribeiro em sua vida pediu uma data da terra Rio Camosy freguesia do Acarau de légua e meia fazendo pião no poço Piriquara a saber meia légua do dito poço para cima e uma légua do dito poço para baixo; e porque inteirada a dita data na forma referida ficam terras de nomes devolutas donde pastam gados do suplicante posto que sem água quer o suplicante haver as ditas sobras por sesmarias para nela criar seus gados, pelo que pode seja servido conceder-lhe em nome da S. Majestade para o suplicante e seus herdeiros três léguas de Terra a saber duas léguas começando das testadas da dita data de deff° Vicente Ribeiro depois de ser inteirado na forma da dita sua data, pelo referido rio a baixo a rumo direito buscando sempre o mesmo rio com meia légua de largo passe cada banda e a outra légua nas ilhargas da dita légua acima nomeada da parte da ponte começando do riacho camboa correndo rumo para a parte que melhor conta lhe fizer declaro que a data referida foi concedida a D. Jacob de Sousa e Castro e este a deu um dote a Vicente Ribeiro deffº acima declarado ERM – Informe o Provedor da Fazenda Real ouvindo os oficiais da Câmara do distrito Vila da Fortaleza – 3 de setembro de mil setecentos e cinqüenta – Moraes – Respondem os oficiais da Câmara do distrito aqui pertencem; Aquiraz, quatro de setembro de mil setecentos e cinqüenta – lemos – Sur. Dor. Provedor da Fazenda Real – não temos dúvida que cedem as terras de sesmaria que o suplicante pede por sesmaria pois nos constar não ter impedimento alguém que seja de utilidade das dezenas de S. Majestade que Deus guarde he o que podemos informar que mandará que for servido Villa da Fortaleza em Câmara de sete de setembro de mil setecentos e cinqüenta. Antonio Ferreira de Mendonça, Florêncio de Freitas Correia, Domingos Roiz Chaves, Serv. Capitão –mor informo com a resposta dos oficiais do distrito só por parte da real fazenda regr° se lhe ponha na data a condição de desmarcarem para servir orq. Sobra para se poder acomodar outro vassalo em outra data tudo na forma das reais ordens de S. Majestade. Aquiraz, sete de setembro de mil setecentos e cinqüenta...”

Entretanto depois do seu casamento o colono e povoador Vicente Ribeiro mudou-se da Fazendo Curral da Piriquara, para outro local onde ficou com a sua esposa e índios Tabajaras os mesmos trabalharam na fazenda e cuidaram dos trabalhos com o gado e com a lavoura, onde deu origem à formação dessa aldeia, a qual foi o núcleo inicial da nossa cidade de Granja.

Outro fato importante e reforça essas considerações sobre a colonização de Granja, foi a doação feita anos depois, em 1758 por um filho de Vicente Ribeiro, de um nome de Francisco Ribeiro de Sousa que era casado com Luisa da Mota Pereira, fizeram doações de terras atuais perímetro onde foi construída a Igreja Matriz de São José, nosso padroeiro. A citada mulher do doador das terras era filha do colono português João da Mota Pereira erradicado na antiga povoação de Olho D’água, que é o atual povoado de Araquém, no município de Coreaú.

A ESTRUTURA FUNDIÁRIA

  • A Distribuição de Terras

A Estrutura fundiária foi um marco importante para o desenvolvimento do município, contudo prova dessa asserção, a idéia de nome de Macaboqueira, o que traduzido em linguagem prática significava terra de maus caboclos.

Entre os anos da colonização 1706 a 1719, considerados os de grande influência de investidores de forma que, foram distribuídos as sesmarias aos seguintes beneficiários a seguir:

D.Simão de Vasconselos- mestre de campo- 2 léguas no Riacho Ibuaçu (em 1706)

Catarina Ribeiro de Morais- 1 e 1/2, léguas Iapara (em 1706)

Rodrigo da Costa Araújo- 1, léguas- Ribeira do Coreaú (em 1706)

Inácio Machado- 1, légua- Riacho do Una, (em 1706)

Inês Pacheco- 1, légua- Riacho do Una, (em 1706)

Vitória Rodrigues Câmara- 1, légua- Riacho do Una (em 1706)

Úrsula da Câmara- 1, légua- Riacho do Una (em 17

Capitão Rodrigues da Costa- 3, légua- Salgado do Apecuí (em 1706)

D. Catarina do Lago- 3, légua- Apecuí (em 1706)

Coronel João de Barros Braga- 3, légua- Apecuí (em 17

João Almeida- 3, légua- Apecuí (em 1706)

Capitão Miguel Machado Freire- Jagua(em 1706)

Domingos Machado Freire- Jaguaraçuí- o mesmo quinhão (em 1706)

José Machado Freire- Jaraguaçuí- o mesmo quinhão (em 1706)

Padre Ascenco Gago- 2, léguas- Riacho Ibuaçú /Itacolomy (em 1706

D. Inácia Machado- quinho de 6, léguas, Ribeira do Timonha (em 1706)

D. Inês Pessoa- no mesmo quinhão.

D. Vitória Rodrigues Câmara- no mesmo quinhão.

D. Úrsula Câmara- no mesmo quinhão

Sargento Francisco Alberto DELQUINTELAR- 3, léguas- Ubatuba (em 170

Maria de Sousa Crespo- Sobras- Tiaia (em 1706)

Custódia de Mendonça Cabral- Sobras- Tiaia, (em 1706

Domingos de Freitas Caldas- Parnaíba- 3, léguas (em 1706)

Capitão Rodrigo da Costa Araújo- 2, léguas (em 1706), estrada do Piraugé.

Padre Manoel Geraldo da Costa- 2, léguas estrada do Piraugé (em 1707)

João da Mota Pereira- 2, léguas- Lagoa da Curimatã (em 1708).

Alexandre de Albuquerque- (em parceria na lagoa da Curimatã)

Sócios: - Manuel Dias de Carvalho e Félix Coelho- 3, léguas- Rio Camocim (Coreaú, em 1708)

Sócios: - Miguel Machado Freire e José Machado Freire- 6, léguas- Riacho Groaira, (em 1708

Torquato da Rocha Ferreira- 3, léguas, Aguaipiripuã- Barra do rio Coreaú (em 1708)

Sócios: João de Sá e Leonardo Correa- 2, léguas Tucudumbá (em 1716)

Sócios: Manuel Dias de Carvalho e Francisco Carneiro, área compreencolica nos arredores da- Piudare (em 1717)

Pedro da Rocha Franco- 1, légua- Ribeira do Timonha- Putiú (em 1717)

Sócios: Manuel Dias de Carvalho e Francisco Carneiro- 4, léguas- Sítio Piudorré (em 1718)

Sócios: José da Costa e Joaquim da Costa- 6, léguas- Lagoa da Sambaíba (em 1718)

Padre Ascenço Gago- 1 e 1/2 léguas- Serra da Ibiapina (em 1718)

Mestre - de- Campo- José de Vasconcelos- 2, léguas- Riacho Tapy (em 1718)

Domingos Ferreira Veras- 3, léguas- Ubatuba e Camurunim (em 1719)

Domingos Ferreira Veras-3, léguas- Riacho Ubatuba (em 1719)

Pedro da Rocha Franco- Ilargas do rio Timonha- 8, léguas (em 1719)

Domingos da Costa Araújo- 6, léguas Mucambo e Riacho Passagem (em 1721)

Domingos da Costa Araújo- 3, léguas- Sambaíba (em 1721)

Sócios: João Neto e Antônio- Carnaúba Furada (em 1721), não tem as léguas

Pedro Alves Carneiro- 3, léguas Uma Tiaia (em 1722)

Antonio Ferreira da Apresentação- 3, léguas Igarajé da Lagoa- Camurupim (em 1722)

Capitão Aurélio Linhares- 3, léguas- Riacho Panacuí (em 1723)

Capitão Tomáz Ferreira Veras- 3, léguas, Riacho do Camurupim (em 1723)

Pedro da Rocha Franco- 3, léguas Caatinga da Uruoca- Morro do chapéu (em 1723)

Irmãos: Machado Freire- Domigos- Miguel- Inácio- José, 12, léguas nas Ilhargas do rio Coreaú, compreendendo cacimbas e Serrote da Tiaia (em 1724)

Sócios: Manuel Alves Quaresma e Susana Alves- 6, léguas- Ipueiras (em 1724)

Padre Francisco de Lima- Cabeça de boi- Terras compreendidas da ponta da Serrinha de D. Simão no Boqueirão do Quatiguaba (em 1716) não tem a quantidade de medição dessas terras.

Sócios: Manuel Dias de Carvalho e Bernardo Fonseca de Albuquerque- Ilhargas do rio Coreaú- Eneitado e Inbueiros (em 1729)

Tomaz Ferreira Veras- 3, léguas- Timonha / e Barroquinha (em 1732)

João de Brito Figueiredo- 3, léguas- Lagoa da Biroaba (em 1748)

Domingos Machado Freire- 3, léguas, Gamboa (em 1750)

Domingos Machado Freire- 5, léguas, Jaguaraçuí / Angica (em 1751)

Domigos Ferreira Veras- Riacho, Ubatuba e Riacho Boqueirão (em 1751), não foi achado medição.

Domingos Ferreira Veras- 3, léguas, Riacho Camurupim (em 1751)

Domingos Ferreira Veras- 3, léguas, Barra do Iguaraçú / Riachão (em 1753

Domingos Pinto Machado- 2, léguas, Jaguaraçuí / Riachão (em 1753)

Foi esta toda a estrutura fundiária onde deu o embasamento econômico à grande povoação da antiga “Macaboqueira”, além de mais outras terras e noções cujas proprietários não figuram como por exemplo: Pedro da Rocha Franco- Joaquim Abreu Valadares e Agostinho de Brito Passos, foram peças legendárias do completo sócio desumana do município de Granja- Pedro da Rocha Franco, Vieira de Portugal.

  • Os Abraãos do Município de Granja.

Pedro da Rocha Franco, foi um dos mais que tiveram terras no município, suas propriedades compreendiam:

01- Sítio Sauto Autório- Ibuaçu- 2, léguas.

02- Riacho de Deutro e Irapuã.

03- Sambaitiba 2 e 1/2 léguas.

04- Data Ubari- ao sopé da Serra da Ibiapaba.

05- Riacho de Baixo- 3 léguas.

06- Fazenda do Riacho- 2, léguas.

07- Timonha- 2, léguas.

08- Riacho de Dentro- 2, léguas.

09- Sítio Saraiva- 2 e 1/2, léguas.

10- Itaúna- envolvendo extremas e Várzea dos Angicos.

O mesmo, Rocha Franco, com Joaquim de Abreu Valadares e Agostinho de Brito Passos, podem ser considerados os Abraãos do município suas contribuições como consta o pesquisador, cada uma dessas pessoas, contribuíram com uma cota de filhos superiores a quarenta exemplares e quase todos com a mesma tradição.

3- O Reconhecimento do Povoado pelo Curato.

No arraial quando se chegou no ano de 1757, sob a égide de um prisma que se alinha, o povoado reunia com precisão condições sócios e política, podendo. Receber da corte. Dois favores que a redutos menores se concediam. Entretanto, se apercebera inicialmente a Igreja consoante provisão de D. Francisco Xavier Aranha, bispo de Pernambuco, o mesmo afirmou as condições perceptivas do arraial.


DOAÇÕES DE TERRA

  • Os primeiros doadores de Terra

Um dos primeiros doadores de terras como já tinha falado anteriormente, de Pedro da Rocha Franco, este colonizador doou uma pequena parte de suas terras para a construção da Capela de Santo Antônio de Ibuaçu. Entretanto, a mesma foi fundada por ele, onde realizou-se no ano de 1714, o primeiro a dar exemplos se dispor a uma pequena parte de terra, num município da antiga Macaboqueira, hoje cidade de Granja.

Portanto, estas terras ainda hoje permanece sendo da paróquia e parece que era mais fácil os padres jesuítas convencer os latifúndios a se disporem de algumas terras para a construção de suas capelas.Será por que elês tinham terra demais? Porque até hoje os sem terra não tem um pedacinho sequer para plantar.

Esse cenário não mudou, e a revolta é grande em todo território nacional, todas estas terras foram tomadas na marra dos nossos nativos, por interesse próprio para o enriquecimento de uns e a miséria de muitos. Terras que foram mal distribuídas e até hoje o município de Granja, é o município do estado do Ceará de maior latifúndios, e a paróquia é um desses latifúndios instituiu o curato da Ribeira do Coreaú, Num desdobramento do curato do Acaraú em, 30 de agosto do ano de 1757. Como porém, o arraial não tinha uma igreja o curato teve como sede, pelo menos até que se fosse construído esse embasamento.

Outro doador de terras bastante importante foi o Francisco Ribeiro de Sousa e sua esposa como já foi citado anteriormente em outra página.

Em 1759, fazem doação de uma área correspondente a 114 de léguas para a constituição do patrimônio eclesiástico, havendo como ponto de partida os limites determinantes pela “a pedra grande, na margem ocidental do rio Coreaú.Nesse mesmo patrimônio construiu-se a Igreja Matriz de São José, que cuja a inauguração se deu a 8 de setembro do mesmo ano, embora em condições muito modestas.Elevação do povoado á categoria de vila data, segundo o historiador do dia 27 de junho de 1726, quando então expediu-se o respectivo de alvará régio. Quanto esta data de instalação propriamente dita, divergiu entretanto, os autores apresentando cinco datas de referências. Contudo no primeiro coro, disse ter sido em 26 de julho de 1776, o que realmente seria um tanto admissível, visto como antecede o dia em que foi expedido o respectivo alvará.

Então, em seguida vem os dias 27 e 29 de junho, conseguinte, o que igualmente não se concebe, por conseguinte dada a permanência do tempo.Portanto, a data mais coerente e precisa parece a de 27 de junho de 1776, seguida do dia 29 desse mesmo mês, considerando, porém, a primeira como de instalação do Pelourinho e a segunda para a instalação e composição da Câmara de eleição e seus membros. Toda esta história faz parte da história da cidade que hoje, é Granja, ainda hoje permanece estas doações de terra para a paróquia, quando vai se adquirir um pequeno pedaço de terra em Granja é preciso pagar para aforar.Até porque, hoje as próprias autoridades eclesiásticas não dão o exemplo, ganharam as terras por doação e não doam nem sequer um pedacinho.Podemos observar que, na história de Granja os padres absorveram para si e suas famílias grandes quantidades de terra, o próprio Ascensão Gago entre outros que passaram por aqui.

Outras histórias interessantes de outro doador de terras para a construção da capela Domingos Machado Freire, também citado em outra página anterior, foi o fundador de distrito de Parazinho.O mesmo instituiu a antiga Capela de Nossa Senhora do Livramento, fazendo uma doação de grande parte de suas terras para a paróquia, no ano de 1719, esta é a versão do historiador que encontrou em registros eclesiásticos. Ainda permanecem como sendo paróquias estas terras, que tem um imenso carnaubal, e da uma boa renda para a paróquia e diocese.Porém aoutros doadores no município de Granja, para a construção de capelas.

2 – UMA PEQUENA RETROSPECTIVA

Com a ascensão das primeiras colônias, a Granja dos séculos já foi palco de grandes

conquistas e de crescimento, o município de Granja já foi muito maior, é a cidade mãe, da Parnaíba, Camocim, Coreaú, Martinópole e Uruoca. Portanto o que se conta é que Granja teve tudo e hoje não transparece o que foi no passado, sua história sua grandeza, o que ocorre é o desinteresse e culpa da sociedade de hoje, temos uma história em comum e não é o bastante. Entretanto, nosso povo nossa gente é muito pacata, pois ao longo dos tempos tínhamos uma cultura fora do comum, mais com todo esse brilho do passado,toda essa identidade, é imprescindível para nós conhecermos e saber dos nossos princípios, como foi a catequização dos nossos nativos, os grandes colonizadores, as dificuldades, o lado intencional das colônias de enriquecimento de absorver o máximo possível de terra, o domínio, o enriquecimento ilícito, o domínio com os nativos, e a mistura do branco com o índio, do negro com o índio e vice-versa. Tendo uma atenção voltada para a nossa história, é um fator principal para o jovem desinteressado de hoje, que só vive o presente, e não sabe de sua verdadeira identidade, o ensino público é limitado nas maiorias das cidades brasileiras, contudo o que se aprende nas universidades não podemos aplicar, o que ocorre, é que os políticos não querem que o povo tenha clareza o que eles acham que o importante é somente educar para a vida, e não abrir os olhos do educando, porque pode ser perigoso para eles.Quando existem pessoas dentro da sociedade que precisam ser diferente é considerado perigoso ou subversivo. Porém, fica esta mensagem como sendo uma breve retrospectiva do trabalho de pesquisa sobre a colonização de Granja.


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